Translate

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

OS ARQUÉTIPOS FEMININOS NAS DEUSAS DO OLIMPO - DEUSA PERSÉFONE

Para os gregos, Perséfone era a Rainha distante do Mundo Averrnal(relativo ao Inferno), que vigiava as almas dos falecidos. Mas, para os romanos, ela era conhecida também como a virgem, donzela, Core, associada com os símbolos de fertilidade: romã, o grão, o milho, e ainda, com o narciso, a flor que a atraiu.
Seu sequestro realizado por Hades e sua descida ao mundo infernal, é a história mais conhecida de toda a mitologia grega. Embora Perséfone não fosse um dos doze deuses olímpicos, foi a figura central nos Mistérios de Elêusis, que por dois mil antes do cristianismo foi a principal religião dos gregos. Nos Mistérios de Elêusis os gregos experienciaram a renovação da vida depois da morte através da volta anual de Perséfone do Inferno.

MITOLOGIA
Perséfone foi a filha única de Deméter e Zeus. A mitologia grega é incomumente silenciosa quanto às circunstâncias de sua concepção.
No início do mito, Perséfone era uma garota despreocupada que colhia flores e brincava com suas amigas. Então Hades apareceu repentinamente em sua carruagem por uma abertura da terra, pegou a jovem à força e a levou de volta para o Inferno, a fim de ser sua noiva contra a vontade. Sua mãe, Deméter, não aceitou a situação, deixou o monte Olimpo, persistiu em conseguir o retorno de Perséfone, e finalm
ente forçou Zeus a considerar seus desejos. Zeus então enviou Hermes, o deus mensageiro, para ir buscar Perséfone.
Hermes chegou ao Inferno e encontrou a jovem desolada. Mas seu desespero tornou-se alegria quando descobriu que Hermes tinha vindo por sua causa e Hades a deixaria partir. Antes que ela o deixasse, contudo, Hades lhe deu algumas sementes de romã, e ela comeu. Então entrou na carruagem com Hermes, que a levou rapidamente para Deméter.
Depois de mãe e filha se abraçarem alegremente, Deméter ansiosamente indagou se ela tinha comido alguma coisa no Inferno. Perséfone respondeu que havia comido sementes de romã porque Hades a tinha forçado a comê-las (o que não era verdade). Deméter teve que aceitar a estória e o padrão cíclico que se seguiu. Não tivesse Perséfone comido as tais sementes, teria sido completamente devolvida a Deméter. Entretanto, passou a ser obrigada a permanecer por um terço do ano.
Mais tarde, Perséfone tornou-se a Rainha do Inferno. Todas as vezes que os heróis e heroínas da mitologia grega desciam para o reino inferior, Perséfone lá estava para recebê e ser sua guia. Nunca estava ausente para ninguém. Nunca havia sinal na porta dizendo que ela fora para casa com a mãe, embora o mito diga que ela fazia isso dois terços do ano ao lado de Hades..
Na “Odisseia”, o herói Odisseu (Ulisses) viajou para o Inferno, onde Perséfone lhe mostrou as almas das mulheres de reputação legendária. No mito de Psique e Eros, a última tarefa de Psique era descer ao mundo das trevas com uma caixa para Perséfone encher de unguento de beleza para Afrodite. O último dos doze trabalhos de Hércules também o levou a Perséfone. Hércules teve que obter a permissão dela para emprestar Cérbero, o feroz cão de guarda de três cabeças, que ele dominou e colocou em uma corrente.
Perséfone também lutou contra Afrodite pela posse de Adônis, o belo rapaz que era amado por ambas as Deusas. Afrodite escondeu Adônis em um baú e o mandou para Perséfone para preservação. Mas, ao abrir o baú, a Rainha do Inferno ficou encantada com sua beleza e recusou entrega-lo de volta. Perséfone agora lutava com outra divindade pela posse de Adônis, como Deméter e Hades outrora tinham lutado por ela. A disputa foi trazida perante Zeus, que decidiu que Adônis passaria um terço do ano com Perséfone e um terce do ano com Afrodite e faria o que quisesse do tempo restante.

O ARQUÉTIPO
Como vimos, Perséfone tinha dois aspectos: o de jovem e o de Rainha do Inferno. De jovem despreocupada, ela se torna a deusa madura, que acaba se tornando Rainha absoluta do Mundo Avernal, governando os espíritos mortos ao lado de seu marido, Hades, Sombrio Senhor da Morte.
Essa dualidade também está presente como dois padrões arquetípicos. Todas nós mulheres podemos ser influenciadas por um dos dois aspectos, podendo crescer um para o outro, ou podemos ser igualmente jovens e rainhas presentes em nossa psique.
Hoje em dia, cada vez mais Perséfones latentes têm buscado a literatura esotérica, as formas alternativas de cura e o que se chama de ensinamentos da Nova Era. Portanto, é oportuno penetrarmos cada vez mais na história velada de Perséfone, rainha do além-túmulo.
O mito tem muito a dizer para as mulheres da atualidade que se esforçam para compreender toda a espécie de intrigantes experiências psíquicas na natureza ou que, de uma forma ou de outra, são atraídas a trabalhar com a morte ou sofreram grandes tragédias pessoais em suas vidas.
Compreender o significado da descida de Perséfone e sua ligação espiritual é particularmente urgente. Milhares de mulheres (e muitos homens também) estão atualmente descobrindo um talento mediúnico. Além disso, ninguém pode deixar de perceber a febre de entusiasmo pela metafísica, pelo tarô, pela astrologia, pelas curas espirituais e pela meditação, tudo isso, vagamente agrupado sob o estandarte genérico da Nova Era.
Joseph Campbell, que já foi inigualável autoridade em mito e religião, sugeriu que o despontar generalizado da consciência de Perséfone seria parte de um “crepúsculo dos deuses”.
Entretanto, devemos ter consciência, que viver boa parte da vida “entre os mortos”, pode exercer pressão sobre qualquer pessoa de temperamento mediúnico, especialmente quando estas experiências forem erroneamente interpretadas ou temidas, como costuma ser o caso.
O mundo avernal (infernal) é essencialmente um mundo de espíritos e como tal, carece de ardor, afeição e se dissocia do que chamamos de realidade. A maneira de um médium lidar com este domínio de existência e com suas ameaças de dissociação psíquica, constitui, portanto, um desafio sem igual.
O segredo está em abraçarmos o lado escuro com o lado luminoso desta deusa dentro de nós. Como já disse o velho alquimista Morienus:” O portal da paz é sobremaneira estreito,e ninguém poderá atravessa-lo senão pela agonia de sua própria alma.”

O MITO ORIGINAL
Perséfone é a donzela do Renascimento e da Regeneração identificada com a Lua, a Primavera, as Serpentes e o Mundo Subterrâneo.
Como Deusa Mãe, Demeter engendra a sua filha (Perséfone) junto com a criação simbolizada na Primavera e na Agricultura. Ambas vivem juntas colocando em marcha os ciclos da vida cósmica, vegetal, animal e humana. Depois de educar e iniciar sua filha, Deméter, em sua ausência, assume seu aspecto sombrio de deusa outonal. Neste momento, ela torna-se uma anciã sábia oculta nas raízes das ervas curativas, se refugiando debaixo da terra e dentro de covas, até que o ciclo da vida se complete.
É somente com o retorno de sua filha do Mundo Avernal, e isso acontece na Primavera, é que a Mãe também volta para povoar o mundo e a vida adormecida nasce sobre a terra. As plantas florescem, as árvores dão frutos e os animais procriam. Já os humanos participam deste retorno expressando sentimentos de amor, amizade e solidariedade.
No Mito de Deméter-Perséfone visualizamos o símbolo tardio da Virgem Maria frente a seu filho crucificado (cena encontrada no filme americano “A Paixão de Cristo”), que segue ressonando na consciência das pessoas. Não existe nada mais doloroso que chorar a morte de um filho ou uma filha.
Tanto o nosso mito grego, como o cristianismo exaltam a morte injusta e a dor materna como arquétipo de amor sublime e abnegado. Entretanto, Deméter-Perséfone, nos falam de uma concepção sagrada, onde a vida e a morte fazem parte de um mesmo processo. Ambas não estão dualizadas e não funcionam como irreconciliáveis. A morte natural como a vida é uma experiência de transformação, iluminação e amadurecimento que abarcam dimensões espirituais, psicológicas e culturais das pessoas.

Fontes: Artigo de Rosane Volpatto; Blog Mistério das Deusas; Somos Todos Um, Feminino Essencial; Mitologia Grega,
OS ARQUÉTIPOS FEMININOS NAS DEUSAS DO OLIMPO - DEUSA PERSÉFONE

Para os gregos, Perséfone era a Rainha distante do Mundo Averrnal(relativo ao Inferno), que vigiava as almas dos falecidos. Mas, para os romanos, ela era conhecida também como a virgem, donzela, Core, associada com os símbolos de fertilidade: romã, o grão, o milho, e ainda, com o narciso, a flor que a atraiu.
Seu sequestro realizado por Hades e sua descida ao mundo infernal, é a história mais conhecida de toda a mitologia grega. Embora Perséfone não fosse um dos doze deuses olímpicos, foi a figura central nos Mistérios de Elêusis, que por dois mil antes do cristianismo foi a principal religião dos gregos. Nos Mistérios de Elêusis os gregos experienciaram a renovação da vida depois da morte através da volta anual de Perséfone do Inferno.

MITOLOGIA
Perséfone foi a filha única de Deméter e Zeus. A mitologia grega é incomumente silenciosa quanto às circunstâncias de sua concepção.
No início do mito, Perséfone era uma garota despreocupada que colhia flores e brincava com suas amigas. Então Hades apareceu repentinamente em sua carruagem por uma abertura da terra, pegou a jovem à força e a levou de volta para o Inferno, a fim de ser sua noiva contra a vontade. Sua mãe, Deméter, não aceitou a situação, deixou o monte Olimpo, persistiu em conseguir o retorno de Perséfone, e finalmente forçou Zeus a considerar seus desejos. Zeus então enviou Hermes, o deus mensageiro, para ir buscar Perséfone.
Hermes chegou ao Inferno e encontrou a jovem desolada. Mas seu desespero tornou-se alegria quando descobriu que Hermes tinha vindo por sua causa e Hades a deixaria partir. Antes que ela o deixasse, contudo, Hades lhe deu algumas sementes de romã, e ela comeu. Então entrou na carruagem com Hermes, que a levou rapidamente para Deméter.
Depois de mãe e filha se abraçarem alegremente, Deméter ansiosamente indagou se ela tinha comido alguma coisa no Inferno. Perséfone respondeu que havia comido sementes de romã porque Hades a tinha forçado a comê-las (o que não era verdade). Deméter teve que aceitar a estória e o padrão cíclico que se seguiu. Não tivesse Perséfone comido as tais sementes, teria sido completamente devolvida a Deméter. Entretanto, passou a ser obrigada a permanecer por um terço do ano.
Mais tarde, Perséfone tornou-se a Rainha do Inferno. Todas as vezes que os heróis e heroínas da mitologia grega desciam para o reino inferior, Perséfone lá estava para recebê e ser sua guia. Nunca estava ausente para ninguém. Nunca havia sinal na porta dizendo que ela fora para casa com a mãe, embora o mito diga que ela fazia isso dois terços do ano ao lado de Hades..
Na “Odisseia”, o herói Odisseu (Ulisses) viajou para o Inferno, onde Perséfone lhe mostrou as almas das mulheres de reputação legendária. No mito de Psique e Eros, a última tarefa de Psique era descer ao mundo das trevas com uma caixa para Perséfone encher de unguento de beleza para Afrodite. O último dos doze trabalhos de Hércules também o levou a Perséfone. Hércules teve que obter a permissão dela para emprestar Cérbero, o feroz cão de guarda de três cabeças, que ele dominou e colocou em uma corrente.
Perséfone também lutou contra Afrodite pela posse de Adônis, o belo rapaz que era amado por ambas as Deusas. Afrodite escondeu Adônis em um baú e o mandou para Perséfone para preservação. Mas, ao abrir o baú, a Rainha do Inferno ficou encantada com sua beleza e recusou entrega-lo de volta. Perséfone agora lutava com outra divindade pela posse de Adônis, como Deméter e Hades outrora tinham lutado por ela. A disputa foi trazida perante Zeus, que decidiu que Adônis passaria um terço do ano com Perséfone e um terce do ano com Afrodite e faria o que quisesse do tempo restante.

O ARQUÉTIPO
Como vimos, Perséfone tinha dois aspectos: o de jovem e o de Rainha do Inferno. De jovem despreocupada, ela se torna a deusa madura, que acaba se tornando Rainha absoluta do Mundo Avernal, governando os espíritos mortos ao lado de seu marido, Hades, Sombrio Senhor da Morte.
Essa dualidade também está presente como dois padrões arquetípicos. Todas nós mulheres podemos ser influenciadas por um dos dois aspectos, podendo crescer um para o outro, ou podemos ser igualmente jovens e rainhas presentes em nossa psique.
Hoje em dia, cada vez mais Perséfones latentes têm buscado a literatura esotérica, as formas alternativas de cura e o que se chama de ensinamentos da Nova Era. Portanto, é oportuno penetrarmos cada vez mais na história velada de Perséfone, rainha do além-túmulo.
O mito tem muito a dizer para as mulheres da atualidade que se esforçam para compreender toda a espécie de intrigantes experiências psíquicas na natureza ou que, de uma forma ou de outra, são atraídas a trabalhar com a morte ou sofreram grandes tragédias pessoais em suas vidas.
Compreender o significado da descida de Perséfone e sua ligação espiritual é particularmente urgente. Milhares de mulheres (e muitos homens também) estão atualmente descobrindo um talento mediúnico. Além disso, ninguém pode deixar de perceber a febre de entusiasmo pela metafísica, pelo tarô, pela astrologia, pelas curas espirituais e pela meditação, tudo isso, vagamente agrupado sob o estandarte genérico da Nova Era.
Joseph Campbell, que já foi inigualável autoridade em mito e religião, sugeriu que o despontar generalizado da consciência de Perséfone seria parte de um “crepúsculo dos deuses”.
Entretanto, devemos ter consciência, que viver boa parte da vida “entre os mortos”, pode exercer pressão sobre qualquer pessoa de temperamento mediúnico, especialmente quando estas experiências forem erroneamente interpretadas ou temidas, como costuma ser o caso.
O mundo avernal (infernal) é essencialmente um mundo de espíritos e como tal, carece de ardor, afeição e se dissocia do que chamamos de realidade. A maneira de um médium lidar com este domínio de existência e com suas ameaças de dissociação psíquica, constitui, portanto, um desafio sem igual.
O segredo está em abraçarmos o lado escuro com o lado luminoso desta deusa dentro de nós. Como já disse o velho alquimista Morienus:” O portal da paz é sobremaneira estreito,e ninguém poderá atravessa-lo senão pela agonia de sua própria alma.”

O MITO ORIGINAL
Perséfone é a donzela do Renascimento e da Regeneração identificada com a Lua, a Primavera, as Serpentes e o Mundo Subterrâneo.
Como Deusa Mãe, Demeter engendra a sua filha (Perséfone) junto com a criação simbolizada na Primavera e na Agricultura. Ambas vivem juntas colocando em marcha os ciclos da vida cósmica, vegetal, animal e humana. Depois de educar e iniciar sua filha, Deméter, em sua ausência, assume seu aspecto sombrio de deusa outonal. Neste momento, ela torna-se uma anciã sábia oculta nas raízes das ervas curativas, se refugiando debaixo da terra e dentro de covas, até que o ciclo da vida se complete.
É somente com o retorno de sua filha do Mundo Avernal, e isso acontece na Primavera, é que a Mãe também volta para povoar o mundo e a vida adormecida nasce sobre a terra. As plantas florescem, as árvores dão frutos e os animais procriam. Já os humanos participam deste retorno expressando sentimentos de amor, amizade e solidariedade.
No Mito de Deméter-Perséfone visualizamos o símbolo tardio da Virgem Maria frente a seu filho crucificado (cena encontrada no filme americano “A Paixão de Cristo”), que segue ressonando na consciência das pessoas. Não existe nada mais doloroso que chorar a morte de um filho ou uma filha.
Tanto o nosso mito grego, como o cristianismo exaltam a morte injusta e a dor materna como arquétipo de amor sublime e abnegado. Entretanto, Deméter-Perséfone, nos falam de uma concepção sagrada, onde a vida e a morte fazem parte de um mesmo processo. Ambas não estão dualizadas e não funcionam como irreconciliáveis. A morte natural como a vida é uma experiência de transformação, iluminação e amadurecimento que abarcam dimensões espirituais, psicológicas e culturais das pessoas.

Fontes:  Artigo de Rosane Volpatto; Blog Mistério das Deusas; Somos Todos Um, Feminino Essencial; Mitologia Grega,

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

ATENA, DEUSA e ARQUÉTIPO DA RAZÃO


Atena é a “filha do Pai”, não teve mãe, nem infância, é o braço direito do pai, sendo assim defensora do Patriarcado. Sua grande ferida é exatamente a perda do contato com a maternidade e vivenciar a sensualidade de modo distante. Ela também é uma deusa virgem, nunca quis ter um companheiro. Ligada ao pensamento, é guerreira, prática, independente, da ação, é ar

gumentadora. Na mulher identificada com esta deusa, percebemos saber, coragem, inteligência, e criatividade. Profissionalmente é bem sucedida, incansável, assume suas responsabilidades e empreendimentos.
A deusa Atena, tão bem representada na modernidade, é encontrada nos escritórios de grandes empresas e em universidades, sempre impecável e formal em sua aparência, sociável e inteligente. É o arquétipo da mulher bem realizada profissionalmente, antenada às questões de seu tempo. Uma mulher regida pela deusa Atena é uma guerreira incansável, sempre em busca de causas nobres para defender e de injustiças sociais para combater.
O mito conta a sua história como tendo nascido da “cabeça” de seu pai Zeus, o deus do Olimpo, o que explica porque Atena é uma deusa intelectual, racional, além de sempre ligada ao pai ou às questões patriarcais de nossa sociedade. Analisando a deusa como um arquétipo feminino, vemos que ela tem por característica a independência e a autonomia.
Além disso Atena é sempre uma companheira fiel e leal. Isso coloca a mulher, às vêzes, numa posição difícil quanto aos relacionamentos afetivos, porque sempre vê, no companheiro, um amigo, um pai ou um colega. O papel de amante lhe é desconfortável. Não sabe vibrar na energia do amor erótico ou maternal, apenas no fraternal. Sua couraça de guerreira parece que a protege dos envolvimentos mais ardorosos e da entrega sensual ou afetiva..
Atena é uma deusa cultuada em toda a Grécia e é a padroeira de Atenas, sua capital, por seu espírito de camaradagem ao lado dos homens, seja nos negócios, na política ou na educação. Por isso é considerada uma deusa da “pólis”, ou seja, urbana e cultural. A mulher-Atena hoje é capaz de ser uma excelente política, organizadora social ou empresarial, administradora ou pesquisadora. Seu espírito de luta a coloca sempre na vanguarda, seja em qualquer área da vida social. Sua competência e agudeza da mente racional lhe confere autoridade e superioridade em todos os assuntos.
Sobre isso, a escritora Jean Shinoda Bolen se refere de uma forma bastante significativa. Ela afirma que esse arquétipo feminino, numa sociedade patriarcal, pode levar a alguns equívocos, como a pensar que uma mulher assim, tão independente, pode ser um “macho de saias”. É preciso compreender que uma mulher-Atena se move não por imitação ou competição com o homem, mas conforme atributos que lhes são peculiares. Por exemplo, ela pensa com clareza e é tão batalhadora não porque esteja imitando o modelo masculino, mas porque este é um atributo peculiar à sua energia específica, aquela que deu origem ao mito da deusa Atena.
Numa época de grandes mudanças culturais na Grécia antiga, o povo grego compreendeu que necessitava do símbolo representado por uma Mãe cultural, em oposição à antiga Mãe natural (Deméter), mais ligada à vida agrária e próxima da natureza. Enquanto Mãe cultural, Atena satisfazia a necessidade de coesão social dos primeiros povos da “polis” (Estado) e dava-lhes consciência de seus deveres morais como Mãe do Estado (metrópolis = mater-polis).
Talvez esse anseio por uma mulher idealizada tenha surgido, para o povo grego, em decorrência do lastimável estado das mulheres na sociedade, após o advento do patriarcado. Em sua maioria eram destinadas ao papel de mães, escravas ou prostitutas, nunca líderes ou intelectuais. A poetisa Safo foi uma exceção a essa norma.
Em nossa época, vemos a emergência desse arquétipo inconsciente em grande número de mulheres, dando origem a manifestações coletivas pela emancipação feminina. Acreditamos que o movimento feminista na década de 70 em todo o mundo tenha sido liderado por mulheres com essas características.
Atena, arquetipicamente falando, é uma “virgem”, no sentido primitivo do termo, que significa uma mulher sem homem. Este termo foi deturpado mais tarde pela interpretação religiosa, que o relacionou à falta de experiência sexual da mulher, mais especificamente, por um detalhe anatômico. A libido de uma mulher-Atena é muito direcionada para a mente, restando à sua sexualidade relativamente pouco interesse ou desembaraço. Por não investir muito na consciência corporal, ela poderá vir a sofrer de uma certa frieza no sexo e de distúrbios ginecológicos, como infecções, tumores ou problemas menstruais. Mesmo assim ela tende a negar e a ver tudo isso como distúrbios puramente orgânicos.
Isso se deve à sua excessiva identificação com o pai (ou aos princípios paternos), desvalorizando a imagem da mãe, com suas questões domésticas e maternais. Aliás, tudo que uma mulher-Atena deseja é não parecer com a mãe. Mas, se por um lado, ela pode vir a ser uma filha zelosa e obediente ao pai, poderá também vir a se insurgir contra ele e tornar-se sua inimiga mortal, caso constate nele a ausência daqueles princípios que tanto preza, como a honra, a dignidade, a lealdade, a sabedoria, a sensatez, etc. Quando uma mulher-Atena não encontra esses atributos em seu pai biológico ou no Pai cultural (governantes, chefes, autoridade), ela se sente traída e pode se transformar numa feroz revolucionária.
A identificação de uma mulher com a energia de Atena pode se transformar num sintoma, caso ela não trabalhe suas emoções e não permita a emergência em si dos outros arquétipos representados pelas outras deusas. Desse modo ela está condenada a voltar sua energia infindavelmente para a cabeça, comprometendo a consciência dos outros aspectos da sua existência. Portanto, aquilo do qual Atena está mais distante - de sua mãe - é do que ela mais precisa. Uma Atena ferida pela falta do amor maternal pode se transformar numa Atena enfurecida, radical e agressiva, como existem tantos testemunhos na história do feminismo.
(Por Mani Alvarez, Psicanalista de orientação transpessoal e co-criadora da Oficina das Deusas)

Fontes: STUM, TEIAS.COM, Blog Caminho da Deusa, Teias.com, RODA DE MULHERES.ORG, Imagem Editada do Google

MITO DE HERMES


Hermes (do grego Ἑρμῆς, Hermês, de etimologia desconhecida), também chamado Argeifontes ("matador de Argos"), Cilênio ("do monte Cilene"),Pompeu ("guia") e Mercúrio (em função do sincretismo com o deus romano), parece ter sido, de início, um deus agrário, protetor dos pastores nômades indo-europeus e seus rebanhos, daí seu epíteto de "Crióforo" (portador do carneiro) e ser represen

tado muitas vezes com um carneiro sobre os ombros. Pausânias deixa bem clara essa atribuição: "Não existe outro deus que demonstre tanta solicitude para com os rebanhos e seu crescimento".
Os gregos ampliaram-lhe, entretanto, as funções. O mito de Hermes furtando o rebanho de Apolo o fez também o símbolo de tudo quanto implica em astúcia, ardil e trapaça. É um trickster, um trapaceiro, um velhaco, companheiro, amigo e protetor dos comerciantes e dos ladrões. Na tragédia Reso, erroneamente atribuída a Eurípides, é chamado "Senhor dos que realizam seus negócios durante a noite".
Escritores e poetas também lhe atribuíram prerrogativas mais dignas, como mensageiro dos deuses e dispensador de bens. Protetor dos viajantes é o deus das estradas. Guardião dos caminhos, cada transeunte lançava uma pedra em seu monte, formando um hérmaion para agradecê-lo ou conseguir bons lucros. Hérmaion tinha também o significado de "lucro inesperado, descoberta feliz", pois toda boa oportunidade era uma dádiva de Hermes.
Hermes não se perdia à noite, era porque, dominando as trevas, conhecia perfeitamente o roteiro. Com sua velocidade e o domínio dos três níveis - céu, terra e subterrâneo - tornou-se o mensageiro predileto dos deuses, sobretudo do pai Zeus e do casal ctônico, Hades e Perséfone e o intérprete de sua vontade: hermeneus, em grego, é "intérprete" e dessa palavra vem "hermenêutica", a técnica da interpretação de textos (originalmente, dos textos sagrados). Conhecedor dos caminhos e de suas encruzilhadas, não se perdendo nas trevas, tornou-se também deus psicopompo, quer dizer, condutor de almas da terra para o submundo e vice-versa.
Hermes possuía um par de calçados alados que, nas representações artísticas antigas, são botas curtas de viajante, chamadas pteroeis pedila em grego e talaria em latim. Davam-lhe incrível velocidade e permitiam-lhe voar entre o Olimpo e a Terra. Na poesia antiga e também na arte moderna, essas botas se tranformaram em sandálias de ouro, igualmente aladas.
O deus também é representado ora com um chapéu alado, ora com um chapéu de viajante, de abas largas. Este último era chamado Chapéu de Aidoneus ("Escondido") e lhe atribuíam o poder de tornar invisível seu portador.
Atribuíam-lhe também uma harpe ou espada de ouro que usou na luta contra os gigantes, mas esta raramente é representada na arte.
O atributo mais característico de Hermes é o caduceu (em grego kerykeion, "bastão de arauto"), similar ao que era usado, nas assembléias gregas, por quem estivesse com a palavra. Representa seu papel de arauto e mensageiro dos deuses, mas além disso era considerado capaz de induzir o sono. Nas representações antigas, duas serpentes se enrolavam na sua ponta.
Segundo a Astronômica de Higino, Hermes estava na Arcádia quando viu duas cobras lutando e pôs seu bastão entre elas para separá-las, dizendo que seu bastão tinha a missão de trazer a paz. Por isso, segundo esse autor, colocavam-se também as cobras, como símbolo de paz, nos caduceus usados em provas atléticas e outras competições.
Na Idade Moderna, a partir do século XVI, o caduceu como símbolo de paz foi frequentemente confundido com o bastão de Asclépio, que tem apenas uma serpente enrolada à sua volta e por isso foi também usado (erroneamente) como símbolo da medicina. Na representação moderna, as serpentes se enrolam em toda a extensão do caduceu e este tem duas asas na ponta, como as sandálias e o chapéu de Hermes.

Animais e Plantas de Hermes
Consagrados a Hermes, segundo os gregos, eram:
A lebre, por sua fertilidade. Segundo Higino, dizia-se que Hermes tinha posto nos céus a constelação da Lebre e deu ao animal o poder de engravidar quando ainda está dando a luz a ninhada anterior.
O falcão ou gavião (o termo grego hierax vale para ambos), provavelmente por sua velocidade. Em alguns mitos, Hermes transforma humanos em gaviões.
A tartaruga. Além de ter inventado a lira a partir de uma casca de tartaruga, Hermes teria transformado em tartaruga uma ninfa chamada Quelone (Khelone, "tartaruga" em grego) que recusou um convite para ir à festa dos deuses.
O carneiro. Como deus dos pastores, Hermes frequentemente carregava um carneiro nos ombros.
O açafrão (Crocus sativus). Teria sido criado por Hermes do sangue da ninfa Crocos (krokos, a flor do açafrão) que ele amara.
O medronheiro (Arbutus unedo, chamado andrakhnos em grego, strawberry-tree em inglês), espécie frutífera de pequena árvore ou grande arbusto. Os supostos restos do medronheiro sob o qual Hermes teria sido amamentado eram conservados em um santuário de Hermes em Tânagra, na Beócia.

Mitos de Hermes
Hermes, filho de Zeus e de Maia, nasceu em uma caverna da Arcádia. Logo após o nascimento, a mãe enfaixou-o e o pôs a dormir em um cesto, no vão de um salgueiro. Sem que ninguém percebesse, Hermes soltou-se de suas faixas, fugiu e se dirigiu à Tessália, onde roubou várias cabeças de gado do rebanho de Admeto, ao qual Apolo havia sido condenado a servir. Conduziu o gado por quase toda a Hélade, tendo amarrado folhudos ramos em suas caudas, para que apagassem o próprio rastro e o escondeu em Pilos, na Messênia, onde sacrificou duas novilhas, dividindo-as em doze partes, embora os olímpicos fossem, então, apenas onze: ele mesmo se promovera a décimo-segundo. Tendo encontrado uma tartaruga à entrada da caverna, matou-a, arrancou-lhe a carapaça e, com as tripas das novilhas sacrificadas, fabricou a primeira lira. Voltou à sua caverna antes do dia terminar, deitou-se e ficou bem quietinho no cesto. Apolo, versado em adivinhações, descobriu a identidade do astucioso ladrão. Ao se queixar do roubo, a mãe negou, apontando-lhe a criança enfaixada e quieta na cesta. Mas Apolo viu o couro dos animais sacrificados, não teve mais dúvidas e apelou a Zeus. Este interrogou o filho, que persistiu na negativa, mas acabou por ceder e ser obrigado a prometer que nunca mais faltaria com a verdade - fazendo a ressalva de que não se obrigaria a dizer a verdade por inteiro. Apolo encantou-se, porém, com o som da lira e acabou por trocar o rebanho furtado pelo novo instrumento.
Hermes, ao pastorear o gado, inventou a siringe, ou flauta dos pastores, formada por vários canudos desiguais. Apolo também a desejou e ofereceu em troca o cajado de ouro de que se servia para guardar o gado de Admeto. Hermes disse que aceitaria, se Apolo lhe desse também lições de adivinhação. Apolo assentiu e o caduceu de ouro passou a figurar entre os atributos de Hermes, que também se tornou patrono da arte divinatória por meio de seixos.
Certa vez Io, bela jovem amada por Zeus, foi transformada em novilha branca por ela não ser atacada por Hera. Desconfiada Hera colocou Io sob os cuidados de Argos que tinha cem olhos. Como ele nunca fechava mais do que dois cada vez para dormir, podia vigiar Io constantemente. Então Zeus mandou Hermes salvar a moça. Levando o seu bastão que tinha o poder de adormecer as pessoas, foi ao encontro de Argos tomando a forma de um pastor. Sentou-se ao seu lado, contou histórias e tocou sua gaita com tal suavidade que todos os cem olhos de Argos se fecharam. Então cortou a cabeça de Argos e libertou Io. Hera tomou os cem olhos de Argos e os espalhou na cauda de seu pavão como adorno.
Quando os deuses viram Tífon atacar o céu, Zeus e Atena o enfrentaram, enquanto os demais fugiram para o Egito e transformaram-se em animais para se esconder: Apolo tornou-se um falcão [Hórus], Hermes um íbis [Thoth], Ares um peixe [Onúris], Ártemis uma gata [Neith ou Bastet], Dioniso um bode [Osíris ou Arsafes], Héracles um cervo, Hefesto um boi [Ptah] e Leto um musaranho [Wadjet]. Zeus foi vencido e Tífon tomou-lhe a harpe de adamanto para cortar-lhe os tendões, aprisionou-o na caverna Corícia, embrulhou os tendões em uma pele de urso e deu-os para que a dragoa Delfine (meio mulher, meia serpente) os guardasse. Mas Hermes e Egipã roubaram de volta os tendões e conseguiram reimplantá-los em Zeus sem serem vistos. Recuperando as forças, Zeus apareceu de repente no céu em um carro puxado por cavalos alados e caçou Tífon com seus relâmpagos até conseguir sepultá-lo sob o monte Etna.

Sincretismos de Hermes
Em Roma, Mercúrio, filho de Júpiter e Maia, foi sincretizado com Hermes. Sua representação era semelhante à do deus grego, mas a concepção romana enfatizava sua qualidade de deus do comércio, principalmente o comércio de grãos (seu nome deriva de mercare, "comerciar" em latim), que para o Hermes grego não era seu aspecto mais importante. Assim, foi principalmente como signo do comércio que a imagem de Hermes ou Mercúrio e de seus símbolos tradicionais foram usados pela iconografia moderna.
Na Gália, Mercúrio foi sincretizado, por sua vez, com o deus celta Lugus, acompanhado nesse aspecto pela deusa Rosmerta. Lugus parece ter sido originariamente um deus solar, da guerra e da magia, mas também era deus do comércio, o que proporcionou a assimilação.
No Egito, Hermes - por seu aspecto "hermenêutico" de intérprete e arauto da vontade dos deuses - foi sincretizado com Toth, deus da escrita, da magia e da sabedoria, patrono de astrólogos e alquimistas. Isto se expressa no mito de Tífon: quando o monstro se aproximou, a maioria dos deuses olímpicos (exceto Zeus e Atena) fugiu para o Egito e cada um se transformou em um animal para se esconder. Hermes tomou a forma de íbis, a ave de Thot.
O aprofundamento desse sincretismo pelo civilização helenística de Alexandria foi chamado Hermes Trismegisto (Ἑρμῆς ὁ Τρισμέγιστος, "Hermes Três Vezes Grande") ou, em latim, Mercurius ter Maximus. Foi às vezes considerado como um mago humano do passado, contemporâneo de Moisés e lhe foram atribuídos vários textos de caráter filosófico (gnóstico ou neoplatônico) mágico ou supostamente relacionados à iniciação dos sacerdotes egípcios, incluindo o Corpo Hermético, a Tábua de Esmeralda e o Kybalion (também chamado "Caibalion", em português), compostos entre os séculos I e III d.C.
No Ocidente, a redescoberta desses textos na Renascença, a partir de cópias bizantinas, fez ressurgir a tradição do hermetismo, que teve seu auge no século XVII, mas continua a influenciar o esoterismo até os dias de hoje - daí a identificação de "hermético" com "secreto, oculto". Também dessa tradição hermética vem o sentido de "hermeticamente fechado", pois a invenção do processo de selar completamente um tubo de vidro, usado por alquimistas, era atribuída a Hermes Trismegisto.
No mundo germânico, Hermes-Mercúrio foi associado a Wotan, Woden ou Odin, provavelmente devido à relação de ambos com o além-túmulo e a magia. Já no século I, o historiador Tácito identificava "Mercúrio" como o principal deus germânicos e a evidência da associação permanece na identificação do dies mercurii latino ("quarta-feira" em português, mas mercredi em francês, mercoledì em italiano e miércoles em castelhano) com o wednesday inglês.

Fontes: Sua Pesquisa.com, História dos Mitos, Wikipedia, Mitos e Lendas, Fantastipedia
ZEUS NA MITOLOGIA GREGA

Os mitos nos ajudam a entender as relações humanas e guarda em si a chave para o entendimento do mundo e da nossa mente analítica. A mitologia grega, repleta de lendas históricas e contos sobre deuses, deusas, batalhas heróicas e jornadas no mundo subterrãneo, revela-nos a mente humana e seus meandros multifacetados. Atemporais e eternos, os mitos estão presentes na vida 

de cada Ser humano, não importa em que tempo ou local. Somos todos, deuses e heróis de nossa própria história.




Zeus, o mito do signo de capricórnio
Zeus era filho do Titã Cronos e Réia. Cronos engolia os filhos ao nascer, e quando nasceu Zeus, temendo por seu destino, Réia o entregou a Gaia para criá-lo. A cabra Amaltéia se tornou a sua ama de leite e o instruiu que usasse sua pele indestrutível quando fosse enfrentar seu pai e levasse seus chifres que iriam alimentá-lo. Amaltéia se entregou à morte para dar a Zeus sua pele e seus chifres.
Quando cresceu, Zeus partiu levando consigo as instruções de Amaltéia. Deu a seu pai uma poção que o fêz vomitar todos os filhos engolidos. Assim Zeus fêz renascer seus irmãos e assumiu o poder se tornando o rei dos deuses, criador do mundo e soberano dos homens, criando uma nova hierarquia de deuses. Agradecidos pela lição de responsabilidade e generosidade de Amaltéia, os deuses a transformaram na constelação de capricórnio.
Zeus representa a experiência da paternidade, o pai interior que incorpora nossos ideais espirituais, nossos códigos de ética e nossa auto-suficiência que nos faz sobreviver. É a nossa ambição que nos impulsiona e sugere a disciplina e antevisão que precisamos para atingir nossos objetivos. É o princípio paternalista dentro de cada um de nós que nos dá o auto-respeito, pois é exatamente esse aspecto da personalidade que nos faz saber escolher ou estabelecer um princípio para aceitar os desafios da vida.
Zeus era piedoso, protetor e complacente mas se tornava vingativo quando suas leis eram desafiadas. Assim Zeus mostra sua inflexibilidade e autoridade excessiva. Para se relacionar com esse pai interior, existente em todos nós, é necessário lidar com nosso potencial, com nossa capacidade de planejar e concretizar. Ser dominado pelo pai interior é ser inflexível, dominado por crenças que se transformam em arrogância.
Assim como Zeus, temos de abrir mão de certos preceitos ou normas para inaugurar novos padrões, caso contrário podemos sucumbir à tirania do mundo exterior. Mas também temos de nos ater aos princípios morais e éticos para não nos tornarmos meros joguetes do destino, ou colocar a culpa em outros pelos nossos fracassos.

Os filhos de Zeus
Retratada como ciumenta e agressiva, Hera odiava e perseguia as amantes do marido Zeus e também os filhos gerados com elas.

* Héracles ou Hércules era filho de Zeus com a mortal Alcmena e foi perseguido por Hera ainda quando era criança, quando Hera tentou matá-lo. Era famoso por sua força.
* Musas: Zeus fertilizou a titânide Mnemósine, a deusa da memória. Durante nove noites consecutivas ela deu à luz a nove filhas em algum lugar do Monte Olimpo. Suas filhas eram as Musas que cantavam o presente, o passado e o futuro, ao som da lira de Apólo.
* Apolo foi uma das divindades principais da mitologia greco-romana, um dos principais deuses olimpicos. Filho de Zeus e Leto, e irmão gêmeo de Ártemis, possuia muitos atributos e funções. Depois de Zeus, era o mais influente e venerado de todos os deuses da Antiguidade Clássica. Apolo era sinônimo de luz física e espiritual. Era tido como eternamente jovem e de beleza sem igual entre os Deuses.
* Artemis, deusa da vida selvagem e da caça, era írmã gêmea de Apolo e ajudou no parto do irmão.
* Hermes: Nascido da união de Zeus com a Ninfa Maia, desde cedo Hermes demonstrou suas incríveis habilidades divinas. Hermes era o veloz mensageiro dos Deus do Olimpo. Foi o patrono dos viajantes, comerciantes e também dos ladrões, dos mentirosos. Conversador emérito, descuidado de tudo, sempre pronto a cooperar, desempenhava um papel muito importante no Olimpo e na terra. Possuia várias atribuições devido à sua agilidade física e mental.
* Perséfone ou Coré, era filha de Zeus e de Deméter, deusa da agricultura. Perséfone foi raptada por Hades, deus do mundo subterrãneo.
* Dioniso ou Dionisio - Baco: Concebido da união entre Zeus e a mortal Sêmele, Dioniso ou Dionísio ensinou o homem a cultivar os vinhedos e tornou-se o deus do vinho e da embriaguês. Patrocinava as festas e as comemorações com luxuria. Dioniso, também chamado de Baco, era sempre representado com folhas de parreira e cachos de uva adornando a cabeça. Muitas vezes tinha atitudes debochadas, lânguidas e até mesmo efeminadas, o que fazia um perfeito conjunto com as peles de felinos que gostava de usar. Apaixonou-se perdidamente por Adriadne, vindo a desposá-la.
* Perseu foi o herói mítico grego que decapitou a Medusa, um monstro que transformava em pedra qualquer um que olhasse para ela. Ele era filho de Zeus, que sob uma forma de chuva de ouro, engravidou a mortal Danae.
* Helena de Tróia era de filha de Zeus e de Leda. Quando tinha 11 anos foi raptada pelo herói Teseu mas seus irmãos Castor e Pólux a levaram de volta a Esparta. Possuia a reputação de mulher mais bonita do mundo e isso despertava a inveja em Hera, mulher de Zeus.
* Minos: Filho de Zeus e Europa, Minos foi um rei da ilha de Creta. Atribuem-lhe grande número de aventuras amorosas e costumam apontá-lo como o primeiro homem a praticar pederastia. Com sua esposa Pasífae, Minos foi o pai de Ariadne, Androgeu, Deucalião, Fedra, Glauco e Catreu e de muitos outros. Pasífae teria sido também a mãe do Minotauro.


Arquétipo Masculino, segundo Jung
Visão psicológica Junguiana: Normalmente extrovertido, definitivamente racional, intuitivo e sensível.
Dificuldades psicológicas: Autoritário, cruel por vezes, Inflação, imaturidade emocional.
Pontos de apoio: Hábil no uso do poder, resoluto, prolífico.

Fontes: História da Mitologia Grega; Livro "Mitologia Grega", Vol II, de Junito de Souza Brandão; STUM; Blog Eventos Mitologia Grega.

DEUSA HERA NA MITOLOGIA GREGA E SEU ARQUÉTIPO FEMININO



Hera era uma rainha do Olimpo, conhecida também como a deusa protetora do casamento, da vida e da mulher, governava Olimpo ao lado do seu marido o Zeus, filha de Cronos e Réia. Tem como seu animal preferido o Pavão e é associada ao signo de Escorpião. Tinha a fama de ser ciumenta com razão, pois Zeus era muito infiel – de todos os filhos que

 Zeus teve, dois foram concebidos em seu casamento com Hera que foi Ares (deus da guerra) e Hefesto (deus do fogo). Hera considerava muito o casamento e foi muito humilhada por Zeus por suas traições e o que a deixou muito triste, foi quando ele sozinho gerou sua filha Atena, mostrando que não precisava de Hera nem para conceber um filho.
Um dos episódios de ciúmes de Hera foi com Calisto (deusa) que por ter muita beleza conquistou seu marido, mas Hera para separar os dois a transformou em uma Ursa. Calisto ficou muito isolada de todos e também com medo da floresta por causa dos caçadores. Até que um dia ao reconhecer seu filho Arcas correu para abraçá-lo, mas Arcas já preparava sua lança por não reconhecer sua mãe. Hera vendo o que aconteceria lançou um feitiço e enviou os dois para os céus que viraram constelações, a Ursa maior e a Ursa menor. Porém como Hera ainda tinha muita raiva de sua rival pede para Tétis e Oceano, divindades do mar, para que não deixem descansarem em suas águas, e com isso essas duas constelações sempre ficam em círculos e nunca descem para trás das águas como as outras estrelas.
Outro episódio de ciúme de Hera foi quando Zeus, por saber que Hera estava chegando e ele estava com uma de suas amantes (Io), a transforma rapidamente em uma vaca. Hera, muito desconfiada, pede para Zeus aquela vaca de presente e Zeus não podendo negar um presente, o dá para sua esposa. Ela então coloca aquela novilha aos cuidados de Argos, um monstro de muitos olhos, que ao dormir nunca fechava todos com isso a novilha estava sempre sendo observada. Mas Zeus ao ver o sofrimento da amante pede para que Hermes mate Argos. Então, Hermes toca uma música, fazendo Argos dormir completamente, fechando todos os olhos. Após isso, Hermes arranca-lhe a cabeça.
Hera muito triste pelo acontecimento, pega todos os olhos e coloca na cauda de seu pavão, onde eles estão até hoje. A deusa continua perseguindo Io, mas Zeus promete que não terá mais nada com a amante – Hera aceita a promessa e devolve a aparência humana à Io.
Hera durante muito tempo não só perseguia as amantes, mas também os filhos que Zeus teve fora do casamento. E sempre foi considerada a deusa protetora das mulheres casadas.

Hera, o Arquétipo da Esposa Fiel

Hera para os gregos, Juno para os romanos, a Rainha do Olimpo, governava junto ao seu marido Zeus. Ela era filha de Cronos e Réia, a Grande Mãe deusa titã e foi criada na Arcádia. Teve como ama as Horas, ou as Três Estações.
Seu nome significa "Grande Senhora", a forma feminina da palavra grega herói. Os seus símbolos eram a vaca, a via láctea, o lírio e a iridescente pena da cauda do pavão, que continha olhos, simbolizando a cautela de Hera.
O pouco que se sabe sobre ela provém de "Ilíada" de Homero, onde ganha fama de esposa ciumenta. É que em culturas patriarcais antigas, os homens tinham por regra, satirizar toda e qualquer mulher que alcança-se algum poder.
Se Hera foi uma mulher disposta à contendas conjugais,é porque ela estava realmente coberta de motivos.
Zeus era um libertino, promíscuo e infiel. A maioria de seus filhos foram concebidos fora dos limites de seu casamento oficial. E mesmo assim Hera sempre lhe foi fiel.
Hera em geral reagia a cada nova humilhação com uma ação,mas a raiva e a vingança não eram suas únicas respostas.
Em outros momentos, ela se retirava em perigrinações aos limites da terra e do mar, nestes períodos ela se envolvia na mais absoluta escuridão, separando-se de Zeus e dos outros olímpicos, os mitos falam que quando ela se recusava a voltar, Zeus provocava o seu ciúme para faze-la retornar, Zeus jamais se separou de Hera.
Embora a mitologia grega enfatize a humilhação e a índole vingativa de Hera, em sua veneração, por contraste ela era grandemente honrada.
Em seus rituais Hera tinha três epítetos e três santuários correspondentes, onde era venerada durante o ano. Na Primavera, ela era Hera Parthenos( a jovem Hera, ou a Virgem); no verão e no outono era celebrada como Hera Teléia ( Hera a Perfeita, a realizadora), e tornava-se Hera Chera ( Hera a viúva) no inverno.
Esses três aspectos de Hera representam os três estados da vida de uma mulher. Como deusa do casamento, Hera foi reverenciada, injuriada, honrada e humilhada; ela mais do que qualquer outra deusa tem atributos marcadamente positivos e negativos. O mesmo é verdadeiro para o arquétipo de Hera , uma força intensamente poderosa para a alegria ou para a dor na personalidade de uma mulher.
O único deus que nasceu da união legítima de Zeus e Hera foi Ares, o deus da guerra. Vemos aqui o arquétipo de uma sociedade contemporânea, configurada em uma família patriarcal. Zeus é o pai, o chefe, o "cabeça do casal". Muito embora existam conflitos persistentes, a supremacia de Zeus é evidente.
Zeus, pai dos deuses e dos homens era um nórdico. Ele e sua paternidade vieram de tribos do norte (que adoravam Wotan ou Odin ), cujo o sistema social era patrilinear ( sociedade patriarcal = sistema comandado exclusivamente pelos homens).
Já Hera, representa um sistema matrilinear (sociedade comandada por mulheres). Ela era a Rainha de Argos, em Samos e possuía no Olímpo um templo distinto de Zeus e anterior a este.
Seu primeiro consorte foi Heracles. Quando os nórdicos conquistadores chegaram ao Olímpo,e massacraram a população, concederam às mulheres a lúgubre escolha entre a morte ou a submissão à nova ordem.
Hera reflete, portanto, uma princesa nativa que foi coagida, mas não subjulgada por este povo guerreiro. Assim, sabe-se agora o motivo de que o único filho de Zeus e Hera tenha sido Ares, o deus da guerra. Realmente Zeus e Hera viviam em "pé de guerra"dentro do Olimpo.
Hera foi extremamente humilhada com as aventuras de Zeus. Ele desonrou o que ela considerava de mais sagrado: o casamento. Favoreceu seus filhos bastardos em detrimento de seu filho legítimo e pisoteou seu lado feminino quando ele mesmo deu à luz a sua filha Atena, demonstrando que não precisava Hera nem para conceber.
Nos dias atuais, embora a mulher através de árduas penas tenha conquistado seu espaço, os casamentos não se modificaram tanto assim.
Permanecemos em uma sociedade patriarcal e o casamento ainda é considerado como uma instituição de procriação.
As mulheres continuam a sofrer violências domésticas e profissionais e a busca do tão almejado casamento por amor com satisfação sexual plena é castrado pelas concepções obsoletas cristãs. Mas, muito embora todas estas limitações e deficiências do casamento, a mulher sente-se profundamente atraída por ele.
Romanticamente quase todas as mulheres sonham em compartilhar sua vida e a tarefa de criar seus filhos com um homem, em uma bem estabelecida unidade chamada "família".

Fontes: Blog contoselendas; Blog Deusa Interior;História da Mitologia Grega; Livro "Mitologia Grega", Vol II, de Junito de Souza Brandão.

MITOLOGIA GREGA - PENÉLOPE



MITO DE PENÉLOPE: O AMOR QUE NÃO SE CANSA DA ESPERA

Penélope foi uma heroína mítica, cuja beleza não era maior que seu caráter e sua conduta. Filha de Ícaro, um príncipe espartano, Ulisses pediu-a em casamento conquistando-a entre muitos competidores que participaram dos jogos instituídos por seu pai. Porém depois do casamento, quando chegou o momento em que a jovem esposa deveria deixar a casa paterna, seu pai Ícaro não aceitando a ideia de separar-se da filha, tentou persuadi-la a permanecer ao seu lado e não acompanhar o marido a Itaca. Ulisses deixou que Penélope escolhesse e ela silenciosamente cobriu o rosto com um véu e seguiu o marido. Ícaro entendeu e mandou construir uma estátua do Pudor onde se havia separado da filha.
Ulisses e Penélope haviam se casado e apenas um ano depois tiveram de separar-se em virtude da partida de Ulisses para a Guerra de Tróia. Enquanto Ulisses guerreava em outras terras e seu destino era desconhecido, o pai de Penélope sugeriu que sua filha se casasse novamente, mas por ser uma mulher apaixonada e fiel ao seu marido, recusou dizendo que o esperaria a volta de Ulisses. 
Durante a longa ausência de Ulisses muitos duvidavam que ele ainda estivesse vivo ou que era improvável que algum dia retornasse. Penélope foi importunada por inúmeros pretendentes, dos quais parecia não poder livrar-se senão escolhendo um deles para esposo. Contudo, Penélope lançou mão de todos os artifícios para ganhar tempo, ainda esperançosa do regresso de Ulisses.
Um de seus artifícios foi o de alegar que estava empenhada em tecer uma tela para o dossel funerário de Laertes, pai de seu marido, comprometendo-se em fazer sua escolha entre os pretendentes quando a obra estivesse pronta. Durante o dia, aos olhos de todos, Penélope trabalhava tecendo; à noite, secretamente desfazia o trabalho feito. E a famosa "Tela de Penélope" passou a ser uma expressão proverbial, para designar qualquer coisa que está sempre sendo feita mas que nunca termina. 
Porém tendo sido descoberta em seu artifício, ela propôs outra condição ao seu pai. Conhecendo a dureza do arco de Ulisses, ela afirmou que se casaria com o homem que o conseguisse encordoar. Dentre todos os pretendentes, apenas um camponês humilde conseguiu realizar a proeza. Imediatamente este camponês revelou ser Ulisses, disfarçado após seu retorno. Penélope e Ulisses tiveram apenas um filho chamado Telêmaco.

O MITO
O mito de Penélope mostra uma das mais claras e populares imagens de feminilidade, da pessoa que espera pelo amor e enquanto espera, pacientemente, borda, tece, junta os fios e as cores. A referência à difícil trama dos tapetes, do desencontro dos fios e da combinação das cores, tanto nos reporta aos acontecimentos da própria existência, tecidos por uma dolorosa memória, como nos fala de criação, invenção e a possibilidade de conhecer outros caminhos.
A tela que Penélope tece tem o objetivo de protegê-la e aquecê-la. Destituída de afeto, ela tece para cuidar de si mesma em seus piores momentos de solidão e, ainda que espere por Ulisses por toda sua vida, não tece porque espera, ela tece a sua solidão, seu sentimento de abandono, de orfandade e rejeição. Enquanto espera, desfaz os pontos antigos, cria outros desenhos, novas matizes à espera de si mesma. A espera é uma contagem regressiva da esperança que Penélope coloca nos Laços e Nós de sua tapeçaria. 
Os laços são os vínculos afetivos que nos unem aos outros. Com a convivência ou pela falta dela, os problemas surgem e os laços se transformam em Nós. O Nó não se forma entre o homem e a mulher, ele se forma entre o Eu e o Outro. Os Nós são os problemas existentes nos relacionamentos, os desafios de conviver com o outro. Nó é o nome que damos às crises e às dificuldades naturais das pessoas que convivem e das uniões amorosas: desencontros, brigas, medo de não ser amado, ciúmes, tédio, falta de liberdade, questões sexuais, infidelidade, problemas financeiros, divisão do trabalho doméstico, problemas de convivência com as famílias etc. 
Os nós acontecem não por falta de amor, pelo menos não necessariamente. Os Nós acontecem mesmo onde exista amor; é da natureza humana a dificuldade para se relacionar. Os seres humanos não conseguem viver sozinhos e não sabem viver juntos. E nos relacionamentos só há três a fazer: evitar que os Nós aconteçam desfazer os Nós ou pelo menos afrouxá-los até poder desatá-los.
Evitar que os Nós aconteçam é uma tarefa que depende do cuidado amoroso, aceitando o outro como ele é, usando de criatividade para fugir da rotina. Embora sejam recomendações fáceis, são difíceis de serem praticadas, porque temos de conviver ainda com a nossa raiva, nossa insegurança, nossa agressividade e tantos outros sentimentos que convivem dentro de nós mesmos, lado a lado com os nossos bons e nobres sentimentos.
Não basta apenas ter amor para desatar os Nós entre as pessoas. O amor não desata, pois sua tendência natural é atrair, unir e ligar. Quando há sofrimento, é preciso abandonar as fantasias e adquirir habilidades para comunicar-se bem com o outro, despertando-o para uma conversa amorosa, sem discursos, xingamentos e acusações.
Nos relacionamentos é mais importante saber ouvir do que falar, porque a conversa implica em ouvir também o que o outro tem a dizer. Saber ouvir pressupõe não apenas deduzir das palavras ditas, mas observar a postura, as emoções, o tom de voz e as expressões. Quando uma pessoa fala verdadeiramente o que sente, todo o seu corpo corresponde. Essa é a magia necessária à arte de desatar os Nós que serve, principalmente, para nos sentirmos escutados, considerados e amados.
Por mais saudáveis que sejam os laços, um dia podem chegar ao fim. Isso acontece quando um dos dois desiste de investir na relação. O fim dos laços não está verdade na separação ou na ausência, porque para muitos a ausência serve para fortalecer a ligação afetiva com o outro. O fim começa quando acabam as palavras, quando se instala a indiferença. É no silêncio que terminam os relacionamentos...


Os mitos nos ajudam a entender as relações humanas e guarda em si a chave para o entendimento do mundo e da nossa mente analítica. A mitologia grega, repleta de lendas históricas e contos sobre deuses, deusas, batalhas heróicas e jornadas no mundo subterrãneo, revela-nos a mente humana e seus meandros multifacetados. Atemporais e eternos, os mitos estão presentes na vid
a de cada Ser humano, não importa em que tempo ou local. Somos todos, deuses e heróis de nossa própria história.
Fontes: História da Mitologia Grega, Infoescola.com, Blog Eventos da Mitologia Grega, Brasil Escola.com

O SIMBOLISMO SUBJACENTE NAS FÁBULAS E CONTOS INFANTIS

As histórias infantis tradicionais , os famosos contos de fadas e fábulas constituem um material riquíssimo no que diz respeito ao desenvolvimento e encantamento das crianças de todos os tempos e lugares. Sempre promovendo o divertimento, o encantamento e o próprio desenvolvimento da personalidade.

Entretanto, esse acervo repleto de encantamento e de fantasia, traz um simbolismo subjacente, repleto de significados psicológicos.
Grazi d'Avalon





Fonte: "A psicanálise dos contos de fadas", de Bruno Bettelheim

OS SUMÉRIOS - UMA ANTIGA CIVILIZAÇÃO MUITO AVANÇADA



“E depois veio o dilúvio e após o dilúvio a realeza tornou a descer mais uma vez do céu...” (Escrito sumério cuneiforme)Por volta de 3500 a.C., os sumérios saíram das montanhas da Ásia Central à procura de terras férteis e chegaram ao sul da Mesopotâmia.
Por ser uma região com poucas chuvas, desde muito cedo os sumérios tiveram de aprender a desviar e armazenar as águas do Tigre e do Eufrates, e com isso puderam cultivar uma grande quantidade e variedade de alimentos.
Com o tempo foram constituindo cidades. Cada cidade-Estado era governada por um patési, que, além de sumo sacerdote, era o chefe político e militar.
Segundo as pesquisas os sumérios foram os inventores da escrita. Eles escreviam em taboas feitas de argila, usando um estilete de extremidade triangular que deixava sinais em forma de cunha. Com isso, a escrita recebeu o nome de escrita cuneiforme.
As cidades sumérias sempre estavam em guerra entre si, pois eles queriam estender sua dominação. Isso facilitou a ação dos acádios, um povo de origem semita que invadiu a região e se fixou ao norte Suméria.
Um outro relato diz ser a Suméria a civilização mais antiga de que se tem registro, estima-se que eles viveram a mais de 3.500 anos antes de Cristo. Muitos chegam a estimar que eles datam muito mais de 6 mil anos. Os sumérios foram os pais da escrita, chamada escrita cuneiforme e posteriormente também foi creditado a eles os títulos de pai da astronomia. criadores da roda, das carruagens e muito mais. Muitos confundem os Sumérios e os Acádios, mas na verdade o primeiro é muito mais antigo. Só depois é que eles foram invadidos pelos semitas, se tornando acádios.
Habitavam o sul da Mesopotâmia, entre o rio Tigre e Eufrates, lugar extremamente fértil que a Bíblia referencia como Terra Prometida e Hebrom. Possivelmente o berço da humanidade e é onde se encontrou as maiores e mais antigas descobertas da humanidade. Fósseis, artes e registros escritos datados de até 13 mil anos atrás.
Os sumérios foram uma civilização à frente da época que viviam. Eles chegaram a registrar informações que nossa civilização só foi (re)descobrir na idade moderna. São maquetes de abrigos antiaéreos, livros sobre química, estudos aprofundados sobre o universo e seus corpos celestes, e cálculos matemáticos extremamente avançados para a época. A civilização grega (duas civilizações após a Suméria) no auge do seus conhecimentos, chegavam a calcular até o número 10.000. Após isso eles consideravam como infinito. Os sumérios faziam cálculos das distâncias entre os planetas de nosso Sistema Solar, inclusive quantos planetas existem, que o Sol é uma estrela e a órbita de cada um. Na colina de Kuyundjick, antiga Nínive (terra dos sumérios), foi encontrado um cálculo, cujo resultado final, em nossa numeração, corresponde a 195.955.200.000.000.( Um número de quinze casas!) Os gregos, no auge do saber, não passaram do número 10.000, o resto seria o "infinito".
O curioso desse povo era a fonte de tais conhecimentos. Como uma civilização tão antiga já sabia que nossa Lua era feita de ferro? Chegavam até a chamar a Lua de “pote de ferro” - fato que só agora a NASA teve capacidade para confirmar. Como é que eles já sabiam que a Terra era redonda? Que ela não estava no centro do Universo e já sabiam da existência de Plutão (só fomos descobrir isso em 1930)? Na verdade eles afirmavam que Plutão era um satélite de Saturno que se desprendeu e tomou uma órbita própria. Mistérios que só (re)descobrimos muitos anos depois!
Alguns desses mistérios ainda nem temos tecnologia suficiente para confirmar. Um exemplo é a presença de um 10º planeta no Sistema Solar (eles contavam todos os corpos celestes, incluindo a lua e o sol, totalizando 12). Os Sumérios tinham convicção de que existe um planeta chamado Nibiru, que é dono de uma órbita totalmente diferente dos demais planetas do nosso Sistema Solar, e que faz um circuito tão grande, que dura 3.600 anos para completar a trajetória. Se eles acertaram quanto à existência desses planetas, do material que eles são feitos, da órbita de cada um, por que iriam errar quanto à existência de um planeta a mais? E se ele tem uma órbita tão grande assim, explica-se o fato de ainda não termos o encontrado.
Se você já acha isso estranho, prepare-se para o bizarro: Os sumérios não só sabiam da existência do tal planeta Nibiru, como desenhavam sua órbita, e eram categóricos ao dizer que neste planeta vivem os Anunnakis, seres altamente inteligentes e considerados deuses por este povo. Segundo eles, Nibiru “visita a Terra” a cada 3.600 anos, e quando isso acontece, ocorrem eventos cataclísmicos na Terra, e usaram como exemplo o dilúvio. Na verdade são deles o mais antigo registro do dilúvio!
É aí que eu digo que tudo se interliga. Os Maias tinham um calendário que se resumia em vários ciclos, e o seu maior era um ciclo de 3.600 anos. Os babilônios falavam de um planeta chamado de Marduck e os gnósticos acreditam num apocalipse causado por um planeta chamado Hercóbulos. Após toda essa polêmica, os cientistas tratam-no como um planeta ainda não confirmado, e o chamam de Planeta X. Este planeta receberá um post exclusivo posteriormente.
Então todo esse conhecimento avançado dos sumérios é entendido por alguns estudiosos como uma interferência extraterrestre. Pois não é concebível que uma sociedade tão antiga saiba de tanta coisa, nem que tenha feito tanta coisa. Algumas peças de arte sumérias foram encontradas espalhadas por todo o mundo. Como isso seria possível? Os sumérios faziam pequenas estátuas de possíveis astronautas, naves espaciais e foguetes. Como isso é possível?

Alguns conhecimentos sumérios que influenciaram a muitas outras civilizações posteriores:
• Técnicas de medicina, arquitetura, engenharia e hidráulica, baseados em magníficos conhecimentos em matemática, química, física e astronomia. Seus conhecimentos astronômicos eram incrivelmente avançados: seus observatórios obtinham cálculos do ciclo lunar que diferiam em apenas 0,4 segundos dos cálculos atuais.
• Desenvolveram a agricultura com técnicas de irrigação e drenagem de solo, construção de canais, diques e reservatórios;
• Sistema de leis baseados nos costumes;
• Habilidosas práticas comerciais;
• Sistema de escrita cuneiforme, assim chamado porque escreviam em plaquetas de argila com um estilete em forma de cunha;
• Sistema de unidade política das Cidades-Estados ou Estados soberanos, como Ur, Nipur e Lagash;
• Sistema de hierarquias sacerdotais para organização religiosa;
• Fundaram as primeiras bibliotecas. Na cidade de Nipur, 150 km ao sul de Bagdá, foi encontrada uma biblioteca sumeriana inteira, contendo cerca de 60.000 tabletes de barro com inscrições cuneiformes sobre a origem da humanidade.
• Criaram os fenomenais projetos arquitetônicos denominados zigurates. Verdadeiros complexos piramidais que englobavam vários módulos de edifícios, abrigando desde templos religiosos até plenários políticos, construídos ao redor de um bloco-célula central e interligados por rampas espirais desde a base até o topo.

FONTES: História do Mundo.com; Blog O estranho Curioso; InfoEscola; Mistérios Antigos.com

MITOLOGIA GREGA - PENÉLOPE

Os mitos nos ajudam a entender as relações humanas e guarda em si a chave para o entendimento do mundo e da nossa mente analítica. A mitologia grega, repleta de lendas históricas e contos sobre deuses, deusas, batalhas heróicas e jornadas no mundo subterrãneo, revela-nos a mente humana e seus meandros multifacetados. Atemporais e eternos, os mitos estão presentes na vida de cada Ser humano, não importa em que tempo ou local. Somos todos, deuses e heróis de nossa própria história.

MITO DE PENÉLOPE: O AMOR QUE NÃO SE CANSA DA ESPERA

Penélope foi uma heroína mítica, cuja beleza não era maior que seu caráter e sua conduta. Filha de Ícaro, um príncipe espartano, Ulisses pediu-a em casamento conquistando-a entre muitos competidores que participaram dos jogos instituídos por seu pai. Porém depois do casamento, quando chegou o momento em que a jovem esposa deveria deixar a casa paterna, seu pai Ícaro não aceitando a ideia de separar-se da filha, tentou persuadi-la a permanecer ao seu lado e não acompanhar o marido a Itaca. Ulisses deixou que Penélope escolhesse e ela silenciosamente cobriu o rosto com um véu e seguiu o marido. Ícaro entendeu e mandou construir uma estátua do Pudor onde se havia separado da filha.
Ulisses e Penélope haviam se casado e apenas um ano depois tiveram de separar-se em virtude da partida de Ulisses para a Guerra de Tróia. Enquanto Ulisses guerreava em outras terras e seu destino era desconhecido, o pai de Penélope sugeriu que sua filha se casasse novamente, mas por ser uma mulher apaixonada e fiel ao seu marido, recusou dizendo que o esperaria a volta de Ulisses.
Durante a longa ausência de Ulisses muitos duvidavam que ele ainda estivesse vivo ou que era improvável que algum dia retornasse. Penélope foi importunada por inúmeros pretendentes, dos quais parecia não poder livrar-se senão escolhendo um deles para esposo. Contudo, Penélope lançou mão de todos os artifícios para ganhar tempo, ainda esperançosa do regresso de Ulisses.
Um de seus artifícios foi o de alegar que estava empenhada em tecer uma tela para o dossel funerário de Laertes, pai de seu marido, comprometendo-se em fazer sua escolha entre os pretendentes quando a obra estivesse pronta. Durante o dia, aos olhos de todos, Penélope trabalhava tecendo; à noite, secretamente desfazia o trabalho feito. E a famosa "Tela de Penélope" passou a ser uma expressão proverbial, para designar qualquer coisa que está sempre sendo feita mas que nunca termina.
Porém tendo sido descoberta em seu artifício, ela propôs outra condição ao seu pai. Conhecendo a dureza do arco de Ulisses, ela afirmou que se casaria com o homem que o conseguisse encordoar. Dentre todos os pretendentes, apenas um camponês humilde conseguiu realizar a proeza. Imediatamente este camponês revelou ser Ulisses, disfarçado após seu retorno. Penélope e Ulisses tiveram apenas um filho chamado Telêmaco.

O MITO
O mito de Penélope mostra uma das mais claras e populares imagens de feminilidade, da pessoa que espera pelo amor e enquanto espera, pacientemente, borda, tece, junta os fios e as cores. A referência à difícil trama dos tapetes, do desencontro dos fios e da combinação das cores, tanto nos reporta aos acontecimentos da própria existência, tecidos por uma dolorosa memória, como nos fala de criação, invenção e a possibilidade de conhecer outros caminhos.
A tela que Penélope tece tem o objetivo de protegê-la e aquecê-la. Destituída de afeto, ela tece para cuidar de si mesma em seus piores momentos de solidão e, ainda que espere por Ulisses por toda sua vida, não tece porque espera, ela tece a sua solidão, seu sentimento de abandono, de orfandade e rejeição. Enquanto espera, desfaz os pontos antigos, cria outros desenhos, novas matizes à espera de si mesma. A espera é uma contagem regressiva da esperança que Penélope coloca nos Laços e Nós de sua tapeçaria.
Os laços são os vínculos afetivos que nos unem aos outros. Com a convivência ou pela falta dela, os problemas surgem e os laços se transformam em Nós. O Nó não se forma entre o homem e a mulher, ele se forma entre o Eu e o Outro. Os Nós são os problemas existentes nos relacionamentos, os desafios de conviver com o outro. Nó é o nome que damos às crises e às dificuldades naturais das pessoas que convivem e das uniões amorosas: desencontros, brigas, medo de não ser amado, ciúmes, tédio, falta de liberdade, questões sexuais, infidelidade, problemas financeiros, divisão do trabalho doméstico, problemas de convivência com as famílias etc.
Os nós acontecem não por falta de amor, pelo menos não necessariamente. Os Nós acontecem mesmo onde exista amor; é da natureza humana a dificuldade para se relacionar. Os seres humanos não conseguem viver sozinhos e não sabem viver juntos. E nos relacionamentos só há três a fazer: evitar que os Nós aconteçam desfazer os Nós ou pelo menos afrouxá-los até poder desatá-los.
Evitar que os Nós aconteçam é uma tarefa que depende do cuidado amoroso, aceitando o outro como ele é, usando de criatividade para fugir da rotina. Embora sejam recomendações fáceis, são difíceis de serem praticadas, porque temos de conviver ainda com a nossa raiva, nossa insegurança, nossa agressividade e tantos outros sentimentos que convivem dentro de nós mesmos, lado a lado com os nossos bons e nobres sentimentos.
Não basta apenas ter amor para desatar os Nós entre as pessoas. O amor não desata, pois sua tendência natural é atrair, unir e ligar. Quando há sofrimento, é preciso abandonar as fantasias e adquirir habilidades para comunicar-se bem com o outro, despertando-o para uma conversa amorosa, sem discursos, xingamentos e acusações.
Nos relacionamentos é mais importante saber ouvir do que falar, porque a conversa implica em ouvir também o que o outro tem a dizer. Saber ouvir pressupõe não apenas deduzir das palavras ditas, mas observar a postura, as emoções, o tom de voz e as expressões. Quando uma pessoa fala verdadeiramente o que sente, todo o seu corpo corresponde. Essa é a magia necessária à arte de desatar os Nós que serve, principalmente, para nos sentirmos escutados, considerados e amados.
Por mais saudáveis que sejam os laços, um dia podem chegar ao fim. Isso acontece quando um dos dois desiste de investir na relação. O fim dos laços não está verdade na separação ou na ausência, porque para muitos a ausência serve para fortalecer a ligação afetiva com o outro. O fim começa quando acabam as palavras, quando se instala a indiferença. É no silêncio que terminam os relacionamentos...

Fontes: História da Mitologia Grega, Infoescola.com, Blog Eventos da Mitologia Grega, Brasil Escola.com
MITOLOGIA GREGA - PENÉLOPE

Os mitos nos ajudam a entender as relações humanas e guarda em si a chave para o entendimento do mundo e da nossa mente analítica. A mitologia grega, repleta de lendas históricas e contos sobre deuses, deusas, batalhas heróicas e jornadas no mundo subterrãneo, revela-nos a mente humana e seus meandros multifacetados. Atemporais e eternos, os mitos estão presentes na vida de cada Ser humano, não importa em que tempo ou local. Somos todos, deuses e heróis de nossa própria história.

MITO DE PENÉLOPE: O AMOR QUE NÃO SE CANSA DA ESPERA

Penélope foi uma heroína mítica, cuja beleza não era maior que seu caráter e sua conduta. Filha de Ícaro, um príncipe espartano, Ulisses pediu-a em casamento conquistando-a entre muitos competidores que participaram dos jogos instituídos por seu pai. Porém depois do casamento, quando chegou o momento em que a jovem esposa deveria deixar a casa paterna, seu pai Ícaro não aceitando a ideia de separar-se da filha, tentou persuadi-la a permanecer ao seu lado e não acompanhar o marido a Itaca. Ulisses deixou que Penélope escolhesse e ela silenciosamente cobriu o rosto com um véu e seguiu o marido. Ícaro entendeu e mandou construir uma estátua do Pudor onde se havia separado da filha.
Ulisses e Penélope haviam se casado e apenas um ano depois tiveram de separar-se em virtude da partida de Ulisses para a Guerra de Tróia. Enquanto Ulisses guerreava em outras terras e seu destino era desconhecido, o pai de Penélope sugeriu que sua filha se casasse novamente, mas por ser uma mulher apaixonada e fiel ao seu marido, recusou dizendo que o esperaria a volta de Ulisses. 
Durante a longa ausência de Ulisses muitos duvidavam que ele ainda estivesse vivo ou que era improvável que algum dia retornasse. Penélope foi importunada por inúmeros pretendentes, dos quais parecia não poder livrar-se senão escolhendo um deles para esposo. Contudo, Penélope lançou mão de todos os artifícios para ganhar tempo, ainda esperançosa do regresso de Ulisses.
Um de seus artifícios foi o de alegar que estava empenhada em tecer uma tela para o dossel funerário de Laertes, pai de seu marido, comprometendo-se em fazer sua escolha  entre os pretendentes quando a obra estivesse pronta. Durante o dia, aos olhos de todos, Penélope trabalhava tecendo; à noite, secretamente desfazia o trabalho feito. E a famosa "Tela de Penélope" passou a ser uma expressão proverbial, para designar qualquer coisa que está sempre sendo feita mas que nunca termina. 
Porém tendo sido descoberta em seu artifício, ela propôs outra condição ao seu pai. Conhecendo a dureza do arco de Ulisses, ela afirmou que se casaria com o homem que o conseguisse encordoar. Dentre todos os pretendentes, apenas um camponês humilde conseguiu realizar a proeza. Imediatamente este camponês revelou ser Ulisses, disfarçado após seu retorno. Penélope e Ulisses tiveram apenas um filho chamado Telêmaco.

O MITO
O mito de Penélope mostra uma das mais claras e populares imagens de feminilidade, da pessoa que espera pelo amor e enquanto espera, pacientemente, borda, tece, junta os fios e as cores. A referência à difícil trama dos tapetes, do desencontro dos fios e da combinação das cores, tanto nos reporta aos acontecimentos da própria existência, tecidos por uma dolorosa memória, como nos fala de criação, invenção e a possibilidade de conhecer outros caminhos.
A tela que Penélope tece tem o objetivo de protegê-la e aquecê-la. Destituída de afeto, ela tece para cuidar de si mesma em seus piores momentos de solidão e, ainda que espere por Ulisses por toda sua vida, não tece porque espera, ela tece a sua solidão, seu sentimento de abandono, de orfandade e rejeição. Enquanto espera, desfaz os pontos antigos, cria outros desenhos, novas matizes à espera de si mesma. A espera é uma contagem regressiva da esperança que Penélope coloca nos Laços e Nós de sua tapeçaria. 
Os laços são os vínculos afetivos que nos unem aos outros. Com a convivência ou pela falta dela, os problemas surgem e os laços se transformam em Nós. O Nó não se forma entre o homem e a mulher, ele se forma entre o Eu e o Outro. Os Nós são os problemas existentes nos relacionamentos, os desafios de conviver com o outro. Nó é o nome que damos às crises e às dificuldades naturais das pessoas que convivem e das uniões amorosas: desencontros, brigas, medo de não ser amado, ciúmes, tédio, falta de liberdade, questões sexuais, infidelidade, problemas financeiros, divisão do trabalho doméstico, problemas de convivência com as famílias etc. 
Os nós acontecem não por falta de amor, pelo menos não necessariamente. Os Nós acontecem mesmo onde exista amor; é da natureza humana a dificuldade para se relacionar. Os seres humanos não conseguem viver sozinhos e não sabem viver juntos. E nos relacionamentos só há três a fazer: evitar que os Nós aconteçam desfazer os Nós ou pelo menos afrouxá-los até poder desatá-los.
Evitar que os Nós aconteçam é uma tarefa que depende do cuidado amoroso, aceitando o outro como ele é, usando de criatividade para fugir da rotina. Embora sejam recomendações fáceis, são difíceis de serem praticadas, porque temos de conviver ainda com a nossa raiva, nossa insegurança, nossa agressividade e tantos outros sentimentos que convivem dentro de nós mesmos, lado a lado com os nossos bons e nobres sentimentos.
Não basta apenas ter amor para desatar os Nós entre as pessoas. O amor não desata, pois sua tendência natural é atrair, unir e ligar. Quando há sofrimento, é preciso abandonar as fantasias e adquirir habilidades para comunicar-se bem com o outro, despertando-o para uma conversa amorosa, sem discursos, xingamentos e acusações.
Nos relacionamentos é mais importante saber ouvir do que falar, porque a conversa implica em ouvir também o que o outro tem a dizer. Saber ouvir pressupõe não apenas deduzir das palavras ditas, mas observar a postura, as emoções, o tom de voz e as expressões. Quando uma pessoa fala verdadeiramente o que sente, todo o seu corpo corresponde. Essa é a magia necessária à arte de desatar os Nós que serve, principalmente, para nos sentirmos escutados, considerados e amados.
Por mais saudáveis que sejam os laços, um dia podem chegar ao fim. Isso acontece quando um dos dois desiste de investir na relação. O fim dos laços não está verdade na separação ou na ausência, porque para muitos a ausência serve para fortalecer a ligação afetiva com o outro. O fim começa quando acabam as palavras, quando se instala a indiferença. É no silêncio que terminam os relacionamentos...

Fontes: História da Mitologia Grega, Infoescola.com, Blog Eventos da Mitologia Grega, Brasil Escola.com